Vou começar a atender. E agora?

Ontem, uma pessoa que eu sigo aqui no Instagram, escreveu um post falando sobre o início da clínica. Essa pessoa vai começar a atender e pediu que as pessoas compartilhassem suas experiências sobre este começo.

Eu achei muito bacana e resolvi trazer para cá o que eu compartilhei com ele! Ahhh … também lembrei do livro do Contardo Calligaris “Cartas a um jovem terapeuta”. É uma leitura muito bacana e que fala exatamente deste momento.

Vamos lá:
Análise pessoal acima de tudo. Eu só consigo ver como irresponsável o psicólogo/psicanalista que atende sem estar ou sem ter passado pela análise. Poxa Tayara, não tenho dinheiro. Dê o seus pulos: procure serviços com valores acessíveis, faculdades, escolas de formação, negocie o valor. Sua análise é o que vai te mover nessa empreitada e manter sua escuta limpa.

Supervisão, supervisão e supervisão. Supervisão não é pra tomar bronca do supervisor ou pra que alguém te dê dicas sobre o que fazer. É aqui que você vai se ouvir falando dos casos, e isso é incrível! Não tem dinheiro pra fazer com regularidade? Faça em grupo, faça uma vez por mês, mas faça.

Nesse inicio você vai ficar angustiado, vai querer ver progresso do paciente/analisando, vai ter medo de não lembrar o que a pessoa disse e medo de não ter escutado algo importante. Leve para sua análise.

Nunca se esqueça que escutar já é muito. Mesmo quando aquele seu parente diz “mas você só fica lá escutando?”. Independente da abordagem que você seguir, a gente demora até acertar a mão no tal do contrato. Paciência. Erra aqui, corrige ali, tudo isso faz parte.

Alguns de vocês vão achar que todo final de sessão precisa ser UAUUUU, aquele fechamento incrível. Acredite, não precisa.

É um trabalho difícil, mas não deve ser pesado, caso contrário não há quem aguente passar o dia na clínica. Conseguem entender a diferença? Não deve ser pesado.

Quais outros pontos vocês acham importante neste começo?