Nenhum texto de Freud foi traduzido de maneiras tão diferentes. Em português, “Das Unheimliche” já foi traduzido como “O estranho” e, mais recentemente, como “O inquietante”; já em outras línguas, como equivalentes a “A inquietante estranheza”, “O inquietante familiar”, “O sinistro”, “O ominoso”, “O perturbador” etc. Essa simples enumeração nos mostra o desafio de traduzir o intraduzível. Na presente edição, o leitor tem em mãos uma tradução não apenas original, mas também ousada e rigorosa: O infamiliar. O “infamiliar” não é resultado da fidelidade à língua de partida, mas, ao contrário, a uma marca visível da impossibilidade da tradução perfeita. Desse modo, não deixa de ser também uma “intradução”, que, em vez de esconder o problema da inevitável equivocidade da tradução, o faz vir à tona.
Esta edição, que comemora os 100 anos da primeira publicação de “Das Unheimliche” com uma edição bilíngue e anotada do texto de Freud, traz também uma tradução inédita do conto “O Homem da Areia”, de E. T. A. Hoffmann, obra ficcional que mostrou a Freud a especificidade de um mecanismo psíquico bastante frequente, uma sensação ligada à angústia e ao horror, que experimentamos como algo ao mesmo tempo muito longe e muito perto de nós, muito estranho e muito familiar, muito inquietante e muito próximo.
O infamiliar
Nenhum texto de Freud foi traduzido de maneiras tão diferentes. Em português, “Das Unheimliche” já foi traduzido como “O estranho” e, mais recentemente, como “O inquietante”; já em outras línguas, como equivalentes a “A inquietante estranheza”, “O inquietante familiar”, “O sinistro”, “O ominoso”, “O perturbador” etc.


Vamos participar dos Grupos de Estudos?
A ideia é oferecer um espaço de troca e produção de saber para iniciantes na prática clínica psicanalítica.CONHEÇA OS GRUPOS DE ESTUDOS
VER GRUPOS DISPONÍVEISVeja mais
Psicanalista, o que é isso?
Os trabalhos aqui publicados abordam as articulações entre escrita e psicanálise por vários caminhos. Desde sua interface mais evidente com a literatura, seus diálogos com autores, obras e estilos, passando pela relação direta com a linguagem, sua estrutura e formações do inconsciente, pela escrita no corpo enquanto pulsão e mesmo as tramitações pelo sintoma e pela imigração.
Freud e o inconsciente
Em Freud e o inconsciente, o autor mostra inicialmente a articulação de certos fatores dos séculos XVIII e XIX que constituíram a precondição para o surgimento da psicanálise.