Cotidiano

Sobre os influenciadores

Por que será que influenciadores fazem tanto sucesso? Além da questão de que elegemos essas pessoas como alguém que sabe muito sobre algo, e portanto posso aprender, eu gosto de pensar que eles encarnam o grande Outro.

Tayara B. Tomio Publicado em 22/06/2020

Por que será que influenciadores fazem tanto sucesso? Além da questão de que elegemos essas pessoas como alguém que sabe muito sobre algo, e portanto posso aprender, eu gosto de pensar que eles encarnam o grande Outro. Aquele que vai ter A resposta e que sabe o que é melhor pra mim. Muitas vezes até falamos isso … “meta de relacionamento, de vida, de estilo saudável, de como eu gostaria de me vestir, etc”. 

Bruce Fink tem uma passagem no livro dele que fala assim “(…) os neuróticos pedem que os pais lhes digam o que fazer, que os professores, chefes, cônjuges e qualquer outra pessoa que venha a encarnar o Outro para eles lhes digam o que fazer. Os neuróticos previnem a angústia associada ao desejo do Outro incentivando, seduzindo ou (se tudo o mais falhar) forçando o Outro a fazer demandas - e quanto mais específicas forem essas demandas, melhor.”
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Então o influenciador é apenas mais um nesse balaio de gato. Como temos dificuldade em traçar nosso próprio caminho, não é? Eu acompanho alguns perfis com muitos seguidores e ainda me impressiona algumas perguntas. Ela vai desde saber a marca de algo (afinal, se essa pessoa tem é A melhor), até uma pergunta que pedia que a pessoa explicasse como ela corta a salada, também tem gente que quer saber como criar os filhos e outras que querem o cardápio do dia a dia.

Somos inseguros? Buscamos certezas? Aprovação do outro? Que medo é esse de fazer apostas na vida?!

Vamos participar dos Grupos de Estudos?
A ideia é oferecer um espaço de troca e produção de saber para iniciantes na prática clínica psicanalítica.

CONHEÇA OS GRUPOS DE ESTUDOS

VER GRUPOS DISPONÍVEIS
Veja mais

Sobre o setembro amarelo

Eu gosto muito do ditado que diz “de boas intenções o inferno está cheio”. O que eu entendo dele é que aquele que pratica um ato x ou y realmente achou que seria bacana, entretanto fica o questionamento sobre o que é bom para cada um.

Publicado em 01/09/2020

Sobre a montagem perversa

Em 1963, Hannah Arendt publicou a obra Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. O que ela pretendia que fosse uma mera exposição do julgamento do nazista Adolf K. Eichmann em Jerusalém, converteu-se em uma imensa controvérsia política e moral, a qual acabou por definir a produção filosófica da autora até sua morte, em 1975.

Publicado em 26/07/2021