Ontem tivemos nosso primeiro encontro do grupo de estudo. Conversamos sobre o desejo em análise e muitos desdobramentos surgiram. Falamos sobre o momento de buscar análise e se realmente existe um desejo de mudança; sobre aqueles discursos que chegam até nós no estilo “quero ser melhor; quero me conhecer”. Será que isso basta para entrar e continuar em análise? Lacan dizia que isso não seria suficiente.
Na maior parte falamos sobre o desejo do analista. Sobre o que é esse desejo, seus impasses, limites, como cada um precisa manejá-lo dentro de sua própria clínica. Pra mim fica claro a questão de não desejar nada para este analisando. Nada no sentido de: desejar que coisas boas aconteçam, desejar o bem, desejar que largue vícios, etc. Como, enquanto analistas, poderíamos desejar algo nesse sentido? Pois quando falamos destes aspectos, eles estão carregados dos nossos significantes, nossa moral. Fica então nosso desejo que esse analisando fale, associe. Acreditem, não é pouca coisa.
Outro ponto muito interessante que conversamos foi sobre o quanto cada um de nós suporta escutar. O quanto, na verdade, é o analista que precisa ser “paciente”. As vezes, quando ainda estamos começando nossa prática, temos muita pressa … pressa que o analisando “melhore”, “evolua”, pressa de “mostrar trabalho”. Fiquem advertidos que isso atrapalha demais nossa escuta.
Alguns candidatos a análise vão passar anos nas entrevistas preliminares, será que suportamos? Outros irão nos procurar e nunca entrarão em análise, o que não significa que não seja terapêutico falar. Vamos suportar?
Engraçado né … fala-se tanto em desejo, mas ao olhar para a prática parece que ao menos no inicio, é muito mais o nosso desejo (enquanto analistas) que está em jogo.
O desejo na análise
Engraçado né … fala-se tanto em desejo, mas ao olhar para a prática parece que ao menos no inicio, é muito mais o nosso desejo (enquanto analistas) que está em jogo.

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